Episódios inéditos às sextas-feiras

sexta-feira, 25 de maio de 2012

Ep 02 - Initiation's Feast


              O recado na secretária eletrônica não era nada animador, principalmente por ser recebido no dia da Festa da Iniciação:
            ‘’Oi amor! Desculpa, mas meu chefe me pediu pra ficar mais uma semana aqui em Miami, o sistema da filial voltou a ter alguns problemas. Te ligo amanhã, e boa festa pra você.”
            “Ótimo”, ela pensou, “era só o que me faltava agora”. A mente de Sarah estava a mil por hora: ela havia retornado da sua viagem em cima da hora, e acabou se perdendo em relação a sua função na Festa, afinal, ter sido nomeada como professora-reitora pelo reitor Longwild foi uma enorme responsabilidade, já que ela agora cuidava da vida estudantil das alunas da universidade, enquanto Scott Reeves foi nomeado ao mesmo cargo, embora a diferença fosse que ele cuidava dos alunos, e agora, os dois deveriam dizer umas poucas palavras antes de Longwild fazer o seu discurso.
            Sarah deixou a mala em cima da cama, enquanto abria as janelas do loft que dividia com Tyler Miller, seu namorado há seis anos. Ela ligou a cafeteira elétrica e rapidamente desfez a mala, separando todas as roupas e colocando as sujas na máquina de lavar, se lembrando dos dois meses em que passou na casa da mãe, no Colorado. Assim que a cafeteira apitou, Sarah pegou uma xícara de café e se sentou à mesa, de frente a uma folha de papel, mas não havia uma boa idéia sobre o que discursar esse ano.
            Sarah de repente deu uma idéia e decidiu ligar para Scott, e ver se o companheiro de trabalho havia tido alguma idéia, para que ela fizesse algo para completar as palavras dele ou algo contrário. Ela tirou o celular da mesa e selecionou o número dele na lista de contato. O telefone começou a chamar.
-
            Scott estava deitado na sua cama, tentando tirar um cochilo rápido antes de se arrumar para a Festa. O sono teria sido bastante satisfatório, caso o telefone não tocasse no exato momento em que ele estava prestes a adormecer. Naquele momento, ele teve a impressão que o telefone ficava a quilômetros de distância da cama, pegando o aparelho ao quinto toque e, como não era de se esperar ler o nome no identificador de chamadas, ele se assustou: “Sarah Horton”. “O que ela poderia estar querendo para me ligar?” foi o primeiro pensamento dele ao ler aquele nome, antes de atender ao telefone, lutando para tirar os traços de sonolência da voz.
            -Alô?
            A voz veio com certo tom de nervosismo.
            -Oi Scott, aqui é a Sarah!
            -Ah... oi Sarah. Aconteceu alguma coisa?
            -Pra falar a verdade sim, eu cheguei de viajem agora e não sei o que falar no discurso da Festa, e queria te perguntar sobre o que você vai dizer. Talvez eu possa complementar algo.
            Scott olhou para o discurso escrito em uma folha de papel, em cima da sua escrivaninha, e não pensou duas vezes antes de responder.
            -Pra falar a verdade, não preparei nada, pensei em improvisar esse ano.
            A excitação se tornou presente na voz de Sarah.
            -Que bom, então fica mais fácil pra nós dois, vamos improvisar, é melhor. Eu vou desligar, te vejo na Festa, tchau. – e o som do telefone sendo desligado foi ouvido por Scott.
            Ele voltou a se deitar. “Que ótimo, agora não sei o que fazer. Tudo isso por causa da mulher que eu amo”. E mesmo sabendo que não iria dormir, ele continuou na cama até na hora de começar a se arrumar.
-

-
            A porta se fechou com um clique alto. Faltavam poucos minutos para a hora da Festa, e Chad e Nathan já estavam se dirigindo para o campus, em uma caminhada que seria um pouco longa.
            -Me fala Nathan, como que foi a sua primeira Festa aqui?
            -Nossa Chad, foi excelente, mas eu só esperei o discurso e fui pra uma festa em uma irmandade, foi muito louca.
            Chad sorriu, era o típico de coisa do irmão fazer, algo que ele estava acostumado desde quando Nathan virou adolescente.
            -E eu aposto que houve alguma garota nesse dia, e vocês ficaram e ela passou umas duas semanas atrás de você e você a ignorando, acertei?
            Nathan olhou para o irmão, com a testa franzida.
            -Eu dou tão na cara assim que isso vai acontecer?
            -Sempre né Nathan.
            O dia ainda estava quente e a noite parecia que ia estar com uma temperatura bem agradável, perfeita para uma festa ao ar livre. Chad ia andando bastante distraído, enquanto olhava a sua nova cidade. A maioria dos habitantes eram jovens, o que era o mais certo, por causa da universidade.
            -E eu aposto que você ta arrasando corações também.
            O comentário pegou Chad desprevenido, ele olhou pro irmão, rindo.
            -Não muito, mas eu garanto que um dia eu...
            A frase não pode ser terminada, já que Chad acabou dando um encontrão com uma garota que estava na calçada. Com uma rapidez, ele a segurou firme, impedindo dos dois caírem no chão.
            -Me desculpa, eu não te vi, você ta bem? – a voz de Chad demonstrava bastante a sua preocupação.
            -É, eu to bem, então... acho que você pode me soltar né?
            Ele mal tirou as mãos da cintura dela, e Nathan passou o braço pelo pescoço dele e saiu andando, meio que puxando o irmão. Ele ainda olhou pra trás e deu uma risadinha ao ver a garota parada na rua com uma expressão de raiva no rosto, com duas amigas se juntando a ela.
            -Você é sortudo Chad, mal chega aqui e já tromba de frente com uma gata daquelas.
-
            -Eu não acredito nisso Jennifer, que sorte você tem, aquele garoto é muito lindo.
            -E um desastrado também. Você viu? Quase que nós dois encontramos o chão aqui.
            Sophia, que até então estava calada, deu sua opinião.
            -Eu não reclamaria se ele escolhesse trombar comigo algum dia desses.
            Jennifer e Claire riram alto do comentário, afinal, não era de se esperar que Sophia dissesse uma coisa dessas. As três seguiram para a universidade, a fim de curtir a primeira festa do ano escolar.
            No meio do caminho, Jennifer escutou seu celular emitir um sinal sonoro, indicando que ela havia recebido um sms, o primeiro desde que ela havia chegado a Brandford. Ela pegou o celular e abriu a mensagem. O texto era simples e direto: “Estou chegando logo, me aguarde”. Um enorme sorriso se abriu no rosto da garota, tamanha era a felicidade que ela estava sentindo naquele momento.
            -Bom, pela sua cara de felicidade eu diria que são ótimas notícias, não é Sophia?
            -Claro, e eu aposto que isso está envolvido com algum garoto maravilhoso que ela tem na mão.
            Jennifer riu dos comentários.
            -Pra falar a verdade é tudo isso sim, meu namorado está vindo pra cá, ta na cara que ele foi aceito na faculdade.
            As três então começaram a dar gritinhos de felicidade e rirem, e depois cada uma deu um braço à outra e elas voltaram a seguir para o campus, comentando sobre namoros.
            -Menina, eu só digo que quero um namorado também – disse Claire, seguida de risadas das amigas.
-          
            Pontualidade era uma das características do reitor Longwild, por isso, às sete horas da noite, ele subiu ao palco montado nas escadarias do prédio da secretaria no campus, com Scott e Sarah ao seu lado, prontos para darem o discurso e, logo mais, à festa. E como já era de se esperar, os professores-reitores seriam os primeiros a discursar, o que deixou Sarah bastante nervosa enquanto ela e Scott se dirigiam ao centro do palco.
            -Boa noite a todos – a voz de Scott deu inicio ao discurso – estamos extremamente felizes de termos a companhia de vocês aqui essa noite, contemplando por mais um ano o inicio do ano letivo. Eu sou Scott Allen, professor-reitor, e pra quem não sabe, eu sou responsável pelos alunos da universidade, ou seja, qualquer problema em relação à escola é só me procurarem. E apenas avisando: testes para o time de futebol e basquete acontecerão na quinta-feira, os interessados, estejam no prédio de Esportes às cinco da tarde. Obrigado e um bom ano letivo pra todos.
            -Boa noite, eu sou Sarah Horton, professora-reitora, e ao contrário do Sr. Allen, eu cuido das garotas da universidade, qualquer dúvida ou problema, estarei à disposição de vocês. E como presidente do grupo de artes da escola, estarei supervisionando os testes para a banda e o grupo do teatro no sábado de manhã, interessados, é só procurar o prédio de Artes. Tenham uma boa noite e um ano escolar excelente, muito obrigada.
            E como era feito, os dois anunciaram, juntos, o discurso do reitor Longwild. Ele se dirigiu ao centro do palco, com um enorme sorriso no rosto e acenando para as pessoas que ele conhecia.
            -Boa noite a todos, eu sou Sebastian Longwild, reitor dessa universidade e gostaria de agradecer a presença de todos aqui  essa noite e dar alguns avisos importantes: na segunda feira de manhã, todos devem confirmar seu curso antes de ir assistir as aulas, as questões de bolsas de estudos serão resolvidas junto com a confirmação. E esse ano, terá oito novos cursos, além de algumas bolsas a mais para quem praticar esporte ou entrar em algum grupo. Continuaremos com nossa política de tolerância zero com o uso de drogas e bebidas alcoólicas durante as aulas. E sem mais demoras, eu dou inicio a Festa de Iniciação, e desejo um ano com um excelente rendimento escolar.
            Em meio aos aplausos, os fogos de artifício preencheram o céu, enquanto as pessoas presentes aplaudiam.
 -
            Após os fogos acabarem, a banda Everly, formada por alguns habitantes de Brandford começou o seu show, enquanto as luzes da roda gigante e as várias barracas espalhadas pelo campo começarem a funcionar. Em meio à confusão de pessoas se aglomerando, Ashley estava caminhando tranquilamente enquanto era seguida de perto pela colega de quarto, Vanessa. As duas pararam em frente a uma barraca e compraram bebidas e, logo depois, sentaram em uma mesa que ficava logo em frente.
            Os olhos de Ashley não paravam de se movimentar de um lado para o outro, enquanto ela tomava o seu refrigerante. Foi aí que os olhos dela pararam em algo do seu interesse.
            -Vanessa, olha que cara lindo que está na barraca de jogos. – disse, enquanto arrumava o seu cabelo.
            A garota deu uma olhada e voltou o rosto para a companheira.
            -Ele é realmente um gato, mas tem cara de ser muito novinho, você não acha?
            -Não, sua tonta, eu to falando do que está ao lado desse que você viu.
            Vanessa olhou novamente, e quando virou o rosto, estava de queixo caído.
            -Meu Deus, ele é realmente lindo.
            Ashley se levantou e ajeitou a blusa e o short, depois tirou a chave do bolso e deixou na frente da colega.
            -Então, não me espere chegar hoje.
            Ela piscou um olho e saiu andando em direção a barraca onde o garoto estava, deixando Vanessa com uma expressão de espanto na mesa ao ver a atitude da companheira.
            -
            Nathan e Matt já haviam dado uma volta na roda gigante e estavam terminando um pequeno lanche em uma das barracas.
            -Isso aqui é melhor do que eu pensei Nathan.
            -Que bom que ta gostando, mas pode ter certeza que vai melhorar ainda.
            -Ta falando de que?
            Nathan apenas sorriu para o amigo.
            -Paciência que você vai ver – ele disse, tomando o resto de seu refrigerante e olhando em volta do lugar que eles estavam.
            Eles acabaram o lanche, se levantaram e começaram a dar uma volta na área da festa. A maioria das barracas estavam cheias, enquanto a pequena pista de dança em frente ao palco estava lotada de pessoas. Foi aí que Matt viu, paradas perto de uma barraca, três lindas garotas, e rapidamente ele mostrou ao amigo.
            -Ok, vamos chamar elas para dançar. Eu chamo a morena e você a ruiva, ok? – perguntou Nathan.
            -Vamos lá.
            -
            James estava paralisado enquanto olhava pra uma garota loira vindo em sua direção, enquanto Chad jogava tiro ao alvo em uma barraca. Ela se aproximou dele, fingindo olhar os prêmios da barraca, e, como já era de se esperar, James não resistiu.
            -Desculpa, mas as garotas lindas daqui costumam me conhecer e você parece que nunca me viu. Prazer, James Monroy.
            A garota sorriu, estendendo a mão.
            -Eu sou Ashley Wynn, e tenho certeza que o prazer será todo meu. – disse, piscando um olho.
            -Você ta sozinha? Porque eu to indo pra uma festa de irmandade agora, e se você quiser, eu te levo como minha acompanhante.
            Ashley abriu um sorriso.
            -Eu aceito sim.
            James então falou bem próximo ao ouvido de Chad, enquanto deixava a chave da casa no bolso dele.
            -Gata a vista, festa depois. Deixa a chave no parapeito da janela... e até mais tarde. – disse, já saindo com Ashley ao seu lado.
            Chad ficou parado, olhando o irmão se afastar. “Bom, o jeito é dar uma volta por aqui”, ele pensou, e logo saiu andando. Ele se aproximou da pista de dança, e do outro lado dela, viu a garota que ele esbarrou mais cedo parada com as amigas e, logo depois, ela ficando sozinha, já que as duas saíram acompanhadas de dois garotos para dançar. “É minha chance de puxar papo”, pensou e começou a contornar a pista.
            Não demorou muito e ele já estava bem perto, podendo ver ela de costas para ele. Logo, ele estava ao lado dela.
            -Oi.
            Ela virou o rosto.
            -Ora ora, se não é o garoto que quase me derrubou.
            Ele riu, se virando pra ela.
            -Olha, me desculpa por aquilo, eu realmente estava distraído.
            -Tudo bem – ela respondou, com um sorriso no rosto e estendendo a mão – e a propósito, eu sou Jennifer.
            -Prazer, meu nome é Chad. – ele disse, retribuindo o aperto de mão – então, por acaso você ta afim de...
            Um pequeno bip vindo do bolso de Jennifer o fez calar a boca.    
            -Só um instante – ela disse.
            Ela tirou o telefone do bolso e olhou a mensagem que ela havia recebido.
            “Já cheguei, estou na porta da sua casa”.
            Jennifer sorriu e respondeu rapidamente: “A chave está debaixo do tapete, entre e me espere”.
            -Me desculpe, é uma emergência, a gente se fala depois.
            E saiu correndo, deixando Chad parado, olhando para a pista de dança.
            -
            Jennifer não demorou dez minutos para chegar a sua casa, tamanha era sua felicidade e excitação. Ela abriu rapidamente a porta e entrou correndo em casa, vendo a luz da cozinha acesa.
            -Sabia disso, você ia chegar e atacar a geladeira, como sempre. Eu não acredito que você ta aqui David...
            E ela parou na porta da cozinha, assustada. Não era o namorado que estava lá.
            Sentado em uma cadeira, com a expressão séria e olhando dentro dos olhos dela, estava a pessoa que ela menos queria ver na sua frente.
            Seu pai.
-
No próximo episódio de "Behind The Books":
"-Sinto muito, sua bolsa foi cancelada e não há nada que eu possa fazer no momento pra te ajudar."
"O olhar dela estava eufórico com um misto de culpa. Estava na cara que algo havia dado errado.
            -Eu não pensei antes de fazer isso, e agora?"
"Isso o deixou bastante confuso. "E agora?", ele pensou, "será que eles terminaram? O que eu faço?"

sexta-feira, 18 de maio de 2012

Ep 01 - Pilot


            -Chegamos! Pegue suas malas e leve-as para dentro.
            Foram as primeiras palavras do Sr. Monroy para o seu filho mais novo, Chad, que estava dormindo no banco de trás. Fora uma longa viagem desde Cleveland, Tennesse, até Brandford, na Carolina do Norte, uma cidade universitária de cerca de 50 mil habitantes. Para o orgulho do Sr. e da Sra. Monroy, Chad havia sido aceito na Universidade de Brandford ao terminar o ensino médio e estava se mudando para morar junto com o irmão mais velho, James, que já estava na faculdade havia dois anos.
            Chad tirou os fones de ouvido e guardou seu iPod no bolso da mochila. Saiu do carro e tirou uma de suas três malas enormes, que veio ocupando o porta malas do carro de seu pai. A casa que estava se mudando ficava no centro da cidade, a vinte minutos de caminhada da universidade. O jardim na frente era bem cuidado, e uma pequena calçada terminava nos cinco degraus da escada, que dava em uma bela varanda. A casa possuía dois andares.
            -É... vamos ver por dentro. – murmurou para si mesmo.
            Ao abrir a porta, Chad se viu em uma sala grande, com dois sofás, uma TV em cima de uma estante, que possuía inúmeros livros. No centro, havia uma pequena mesa sobre um tapete felpudo. De frente para a porta, havia uma escada para o segundo andar, e logo ao lado, um corredor, com duas portas laterais e que terminava na cozinha. Ele largou a mala no chão e se aproximou da estante, vendo algumas fotos do irmão com alguns amigos e da família reunida, além de um convite por cima de um envelope amarelo.
            -É o convite da Festa de Iniciação, se prepara que iremos maninho.
            Ele se virou para aonde a voz vinha e viu o irmão no pé da escada, e Chad correu até ele.
            -Oi James.
            Os dois se abraçaram.
            -Meu Deus, você cresceu muito desde o Natal. Eu pensei que ia ver aquele garoto pequeno e magrelo.
            Chad olhou para o irmão, sorrindo. 
            -Qual é, não tava achando que eu ia ficar daquele jeito pra sempre né?
            -Claro que não maninho.
            Em uma brincadeira de irmãos, James pegou a cabeça do irmão por debaixo do braço e começou a bagunçar o cabelo de Chad. Em meio a tantas gargalhadas, o Sr. e a Sra. Monroy entraram na casa, cada uma segurando uma das malas restantes que estavam no carro.
            -Então meus dois lindinhos já se encontraram, que bom. – disse a Sra. Monroy, com um sorriso.
            James foi em direção a mãe, sorrindo.
            -Sem apelidos carinhosos mãe, pega mal né? - disse enquanto abraçava a mãe e logo depois o pai.
            -E então James? Como está indo a faculdade? – perguntou o Sr. Monroy.
            -Está indo muito bem pai, estou ansioso pelo novo semestre já – James respondeu, sorrindo.
            -Isso mesmo filho.
            Eles se sentaram no sofá e começaram a conversar sobre como havia sido os últimos meses desde o Natal, a última vez em que os quatro haviam estado juntos. O Sr. Monroy ainda estava trabalhando como contador na American Oil, uma empresa de refinação de petróleo enquanto a esposa ainda fazia doces e salgados sob encomenda. Chad conciliou os estudos com um emprego em um shopping. James ficou durante esse tempo na faculdade, sendo sustentado pelos pais. Ele conseguiu a casa por muita sorte, já que os alojamentos e repúblicas da faculdade estavam cheias, e com o irmão se mudando para lá, as chances de a faculdade cortar uma casa onde somente uma pessoa morava diminuiu bastante. Durante as férias, ele viajou com os amigos para o Havaí. Os quatro ficaram um bom tempo conversando, até Chad reclamar:
            -Tô com fome.
            James olhou o irmão e depois para os pais.
            -Que tal irmos todos a uma pizzaria aqui perto?
            O Sr. Monroy foi quem deu a resposta.
            -Vamos sim.
            E então os quatro saíram da casa e James trancou a porta. Entraram no carro e foram em direção à pizzaria.
-
            -Não, eu não vou mudar a minha decisão, você aceitando ela ou não.
            Jennifer desligou o telefone na cara do pai, depois de mais uma discussão sobre a faculdade que os dois tiveram. O Sr. Rawson, por ser dono da American Oil, queria um ensino invejável para a filha, em Harvard ou Stanford, mesmo que isso significasse ter que subornar os reitores, mas e a opinião da filha? É claro, ela não quis. Jennifer havia se cansado do pai tomar todas as decisões por ela, então se candidatou a uma vaga em Brandford, e acabou conseguindo-a, mesmo que isso significasse uma pequena quantia anual que seu pai teria que pagar, algo mínimo comparado a fortuna que ele possuía.
            Como já era de se esperar, isso gerou muitas discussões, ameaças e no fim, Jennifer fez as malas e foi de Dallas, Texas, para Brandford, sem se preocupar muito com as atitudes do pai. Agora, era mais do que certo que ela deveria arrumar um jeito de se sustentar, já que foram cortados os planos de receber o dinheiro do pai. “Tenho certeza que dou conta disso”, pensou, antes de tirar o papel com o endereço da sua nova casa: “49 Sunset Street”.
            Carregando suas duas malas, ela não demorou a achar a casa. Jennifer parou um pouco, admirando-a. Era uma casa de dois andares, pintada de amarelo, com um pequeno jardim na frente. Jennifer tirou as chaves que havia pegado no escritório da faculdade mais cedo do seu bolso abriu a porta, passando com dificuldade com as duas malas.
            O andar térreo possuía uma sala com sofás e uma TV, e uma mesa bem grande bem ao canto. Logo de frente a porta, ficava a escada para o segundo andar. Jennifer subiu as escadas e chegou a um corredor com quatro portas, duas de cada lado. Uma delas, a segunda do lado direito havia a placa “banheiro” pendurada por cima e a outra, a primeira do lado esquerdo, um sinal de ocupado pregado na porta.
            Jennifer abriu a porta do primeiro quarto, antes do banheiro, e entrou. Havia uma cama encostada em um canto, perto da janela, uma escrivaninha com uma cadeira ao lado da porta e um armário ao lado oposto a cama. Ela abriu as malas perto da cama e guardou suas roupas no armário, depois tirou o notebook e o deixou em cima da escrivaninha. Pregou o adesivo de “ocupado” na porta do quarto, a fechou e desceu as escadas.
            Passando pela sala, Jennifer seguiu por um corredor, até chegar a uma cozinha grande, bem equipada e com um balcão, com dois bancos à frente.
            -Ah, então foi você quem eu escutei chegando. – disse uma voz, dentro da cozinha.
            Jennifer olhou em volta. Foi ai que saiu uma garota por detrás da geladeira, limpando as mãos em um pedaço de pano. A garota sorriu e veio andando em sua direção, estendendo a mão.
            -Oi, eu sou Claire Leblanc, sua colega de casa. – disse ela, com um sorriso no rosto – aproveitei que estava sozinha para começar a limpar;      
            Jennifer apertou a mão dela, também sorrindo.
            -Prazer, eu sou Jennifer Rawson.
            Os olhos de Claire brilharam ao ouvir o sobrenome.
            -Rawson? Da companhia de petróleo?
            Jennifer ficou meio sem jeito com a pergunta, mas decidiu responder, tentando parecer descontraída.
            -Quem me dera, não tenho nada a ver com os Rawsons da companhia.
            -Que pena. Vem, eu preparei um lanche – Claire disse, pegando três pratos pequenos e uma jarra de suco – vamos comer na mesa da sala, pega os copos?
            Jennifer fez que sim a cabeça e pegou os três copos e seguindo Claire até a sala. Chegando lá, ela os colocou em cima da mesa e se sentou em uma cadeira, de frente para Claire.
            -Bom, se eu estiver certa, falta apenas uma garota para chegar.
            Assim que Claire acabou de falar, a porta se abriu, com uma garota entrando. As duas repararam que ela parecia ser tímida, ainda mais com a franja escondendo o rosto e os óculos. Ela olhou em direção a mesa, deixando as malas no chão, e sorrindo meio que desajeitada.
            -Oi, eu sou Sophia. E esse envelope estava na caixa de correio. – disse, estendendo o envelope.
            -Oi, eu sou Claire e essa é Jennifer. – disse Claire, enquanto Jennifer dava um pequeno tchau. – venha se sentar com nós, estamos prontas para comer, e a propósito, é o convite para a Festa de Iniciação.
            Sophia atravessou a sala com um andar nervoso e ajeitando os óculos e se sentou, enquanto Jennifer sorriu e começou a puxar algum assunto sobre a Festa e outras coisas, e, em meio ao lanche, as garotas conversaram um pouco para se conhecer melhor. Para todas as três aquele primeiro contato foi excelente, pois elas tiveram a certeza que dali pra frente, elas seriam amigas.
-
            A porta se abrindo com um estrondo acabou assustando a garota do outro lado do quarto, fazendo-a derramar uma lata de tinta em si mesma. O motivo do barulho foi a chegada da companheira de quarto, Ashley Wynn, com sua mala grande e os óculos de sol, o qual ela sempre se gabava.
            -Oi, eu não esperava você por agora, meu nome é Vanessa e... – começou a garota.
            -E eu lá to querendo saber seu nome garota? Fica quieta no seu canto que você ganha mais. – Ashley nem deixou a garota terminar de se apresentar. – E três conselhos pra você: fique longe das minhas coisas, sem conversa chata, apenas quando eu começar a falar, e o principal: jamais me incomode, e quem sabe a gente não se dá bem? – um leve sorriso irônico sorriu em seu rosto.
            Vanessa ficou super sem-graça e se limitou apenas a um aceno afirmativo com a cabeça, antes de voltar a pintar a porta do armário dela, que ficava do lado esquerdo do quarto. Ashley rapidamente abriu a mala em cima da cama e tirou todas as suas roupas, colocando-as no armário, depois guardou a mesma debaixo da cama e se deitou. Ao olhar em direção a porta, ela viu um envelope amarelo no chão. Sem tardar, ela se levantou e o pegou, olhando dos dois lados para ver se tinha remetente, mas apenas estava escrito “Universidade de Brandford”. Ela pegou e o abriu, revelando um pequeno papel com o brasão da escola em marca d’água. Ela leu:
            “A Universidade de Brandford tem o prazer de convidar a todos para a Festa de Iniciação, comemorando o inicio do ano letivo, no sábado, a partir das 7 horas da noite. Começaremos com um anúncio do reitor Longwild e logo depois haverá uma festa. Contamos com a presença de todos, em frente ao prédio da secretaria, no campus.
                                                                                              Atenciosamente,
                                                                                              Reitor Sebastian Longwild”
            Ashley o leu e o entregou a Vanessa, que o leu rapidamente, e deu um pequeno sorriso.
            -O que tem nessa festa depois do anúncio? – quis saber Ashley.
            -Show com uma banda local, um parque pequeno e algumas barraquinhas, é a Festa de Iniciação, acontece todo sábado antes do início do ano letivo.
            Ashley sorriu.
            -Obrigada, to vendo que vou amar isso aqui.
            Ela voltou e se deitou na cama, colocando seus fones de ouvido, e suas músicas para tocar no volume máximo. “Realmente” ela pensou, ”essa vai ser a melhor época e eu vou aproveitar cada segundo”.
-
            -Ta vendo, eu disse que você virou errado naquela avenida, era para virar à esquerda, e não à direta. – Nathan disse, com um tom irritado na voz.
            -Cara, a gente viaja seis horas até aqui de ônibus, não dormimos e você simplesmente me dá um mapa e quer que eu ache a rua? Meio difícil né. – respondeu Matt
            Nathan começou a rir. Realmente Matt tinha razão, a situação que os dois estavam era basicamente certeira pra que eles se perdessem na cidade e, depois de mais de duas horas andando, eles conseguiram chegar a sua nova moradia: uma pequena casa, que aparentava ter sido reformada há pouco tempo.
            Matt tirou a chave do bolso da casa e abriu a porta, fechando-a depois que Nathan entrou na casa.
            -O que é isso? – Nathan abaixou e pegou um envelope amarelo no chão, abriu-o e leu, passando logo para Matt.
            -Ah sim, é o convite da Festa de Iniciação, parece que vai ser muito bom. – Matt comentou, ao acabar de ler. – nós iremos certo?
            -Claro que sim.
            A casa era bem pequena, com uma sala com apenas um sofá, uma TV em cima de uma mesa de centro, e uma mesa com três cadeiras. No corredor, ao lado da sala, havia três portas: dois quartos e um banheiro, terminando na pequena cozinha.
            -Vai ser só nós dois aqui ou ainda tem mais alguém? – Nathan quis saber.
            -Ainda tem mais alguém, não sei quem ainda, mas parece que não chegou. Acho bom nós pegarmos o quarto com o beliche.
            -É melhor mesmo.
            Nathan e Matt foram para o quarto e arrumaram suas coisas nele e ficaram conversando. Os dois se conheceram no ensino médio, quando moravam em Clinton e são amigos desde então. Nathan é filho do melhor advogado da cidade e perdeu sua mãe com apenas quatro anos, enquanto Matt passou a vida toda no orfanato da cidade. Decidiram se candidatar as mesmas faculdades, e vibraram muito quando souberam que foram aceitos na Brandford, Nathan com uma bolsa parcial e Matt com uma total, e ainda mais quando descobriram que iriam dividir a mesma casa. É com certeza um dos raros casos de amizade que não se perdem na faculdade, e os dois estavam felizes por isso.
-
            Tarde da noite, no escritório da reitoria da universidade, o Sr. Longwild estava terminando de acertar os detalhes para a Festa, dali a dois dias. Curiosamente, ele acessou os arquivos de moradores das repúblicas e alojamentos da faculdade, parando para ler as fichas de inscrição dos calouros.
            “É, parece que esse ano temos bastantes alunos diferentes, vamos ver no que vai dá”.
-
No próximo episódio de "Behind The Books":
"Chad acabou dando um encontrão com uma garota que estava na calçada. Com uma rapidez, ele a segurou firme, impedindo dos dois caírem no chão."
"-Ok, vamos chamar elas para dançar. Eu chamo a morena e você a ruiva, ok? – perguntou Nathan."
"-Sabia disso, você ia chegar e atacar a geladeira, como sempre. Eu não acredito que você ta aqui David...
            E ela parou na porta da cozinha, assustada. Não era o namorado que estava lá."

terça-feira, 15 de maio de 2012

Elenco - 1ª temporada

Protagonistas

Chad Monroy

James Monroy

Jennifer Rawson

Claire Leblanc

Sophia DeFelice

Matt Graminee

Ashley Wynn

Nathan Cooper

Co-protagonistas

David Willians

Scott Reeves

Sarah Horton

Reitor Sebastian Longwild

Secundários/Elenco de apoio

Travis Spencer

Mia Jones

Vanessa Shepherd

Justin Reeves

Daniel Rawson

Amanda Rawson

Charlie Monroy

Lucy Monroy