-Chegamos! Pegue suas malas e
leve-as para dentro.
Foram
as primeiras palavras do Sr. Monroy para o seu filho mais novo, Chad, que
estava dormindo no banco de trás. Fora uma longa viagem desde Cleveland,
Tennesse, até Brandford, na Carolina do Norte, uma cidade universitária de
cerca de 50 mil habitantes. Para o orgulho do Sr. e da Sra. Monroy, Chad havia
sido aceito na Universidade de Brandford ao terminar o ensino médio e estava se
mudando para morar junto com o irmão mais velho, James, que já estava na
faculdade havia dois anos.
Chad
tirou os fones de ouvido e guardou seu iPod no bolso da mochila. Saiu do carro
e tirou uma de suas três malas enormes, que veio ocupando o porta malas do
carro de seu pai. A casa que estava se mudando ficava no centro da cidade, a
vinte minutos de caminhada da universidade. O jardim na frente era bem cuidado,
e uma pequena calçada terminava nos cinco degraus da escada, que dava em uma
bela varanda. A casa possuía dois andares.
-É...
vamos ver por dentro. – murmurou para si mesmo.
Ao
abrir a porta, Chad se viu em uma sala grande, com dois sofás, uma TV em cima
de uma estante, que possuía inúmeros livros. No centro, havia uma pequena mesa
sobre um tapete felpudo. De frente para a porta, havia uma escada para o
segundo andar, e logo ao lado, um corredor, com duas portas laterais e que
terminava na cozinha. Ele largou a mala no chão e se aproximou da estante,
vendo algumas fotos do irmão com alguns amigos e da família reunida, além de um
convite por cima de um envelope amarelo.
-É
o convite da Festa de Iniciação, se prepara que iremos maninho.
Ele
se virou para aonde a voz vinha e viu o irmão no pé da escada, e Chad correu
até ele.
-Oi
James.
Os
dois se abraçaram.
-Meu
Deus, você cresceu muito desde o Natal. Eu pensei que ia ver aquele garoto
pequeno e magrelo.
Chad
olhou para o irmão, sorrindo.
-Qual
é, não tava achando que eu ia ficar daquele jeito pra sempre né?
-Claro
que não maninho.
Em
uma brincadeira de irmãos, James pegou a cabeça do irmão por debaixo do braço e
começou a bagunçar o cabelo de Chad. Em meio a tantas gargalhadas, o Sr. e a
Sra. Monroy entraram na casa, cada uma segurando uma das malas restantes que
estavam no carro.
-Então
meus dois lindinhos já se encontraram, que bom. – disse a Sra. Monroy, com um
sorriso.
James
foi em direção a mãe, sorrindo.
-Sem
apelidos carinhosos mãe, pega mal né? - disse enquanto abraçava a mãe e logo
depois o pai.
-E
então James? Como está indo a faculdade? – perguntou o Sr. Monroy.
-Está
indo muito bem pai, estou ansioso pelo novo semestre já – James respondeu,
sorrindo.
-Isso
mesmo filho.
Eles
se sentaram no sofá e começaram a conversar sobre como havia sido os últimos
meses desde o Natal, a última vez em que os quatro haviam estado juntos. O Sr.
Monroy ainda estava trabalhando como contador na American Oil, uma empresa de refinação
de petróleo enquanto a esposa ainda fazia doces e salgados sob encomenda. Chad
conciliou os estudos com um emprego em um shopping. James ficou durante esse
tempo na faculdade, sendo sustentado pelos pais. Ele conseguiu a casa por muita
sorte, já que os alojamentos e repúblicas da faculdade estavam cheias, e com o
irmão se mudando para lá, as chances de a faculdade cortar uma casa onde
somente uma pessoa morava diminuiu bastante. Durante as férias, ele viajou com
os amigos para o Havaí. Os quatro ficaram um bom tempo
conversando, até Chad reclamar:
-Tô
com fome.
James
olhou o irmão e depois para os pais.
-Que
tal irmos todos a uma pizzaria aqui perto?
O
Sr. Monroy foi quem deu a resposta.
-Vamos
sim.
E
então os quatro saíram da casa e James trancou a porta. Entraram no carro e
foram em direção à pizzaria.
-
-Não,
eu não vou mudar a minha decisão, você aceitando ela ou não.
Jennifer
desligou o telefone na cara do pai, depois de mais uma discussão sobre a
faculdade que os dois tiveram. O Sr. Rawson, por ser dono da American Oil,
queria um ensino invejável para a filha, em Harvard ou Stanford, mesmo que isso
significasse ter que subornar os reitores, mas e a opinião da filha? É claro,
ela não quis. Jennifer havia se cansado do pai tomar todas as decisões por ela,
então se candidatou a uma vaga em Brandford, e acabou conseguindo-a, mesmo que
isso significasse uma pequena quantia anual que seu pai teria que pagar, algo
mínimo comparado a fortuna que ele possuía.
Como
já era de se esperar, isso gerou muitas discussões, ameaças e no fim, Jennifer
fez as malas e foi de Dallas, Texas, para Brandford, sem se preocupar muito com
as atitudes do pai. Agora, era mais do que certo que ela deveria arrumar um
jeito de se sustentar, já que foram cortados os planos de receber o dinheiro do
pai. “Tenho certeza que dou conta disso”, pensou, antes de tirar o papel com o
endereço da sua nova casa: “49 Sunset Street”.
Carregando
suas duas malas, ela não demorou a achar a casa. Jennifer parou um pouco,
admirando-a. Era uma casa de dois andares, pintada de amarelo, com um pequeno
jardim na frente. Jennifer tirou as chaves que havia pegado no escritório da
faculdade mais cedo do seu bolso abriu a porta, passando com dificuldade com as
duas malas.
O
andar térreo possuía uma sala com sofás e uma TV, e uma mesa bem grande bem ao
canto. Logo de frente a porta, ficava a escada para o segundo andar. Jennifer
subiu as escadas e chegou a um corredor com quatro portas, duas de cada lado.
Uma delas, a segunda do lado direito havia a placa “banheiro” pendurada por
cima e a outra, a primeira do lado esquerdo, um sinal de ocupado pregado na
porta.
Jennifer
abriu a porta do primeiro quarto, antes do banheiro, e entrou. Havia uma cama
encostada em um canto, perto da janela, uma escrivaninha com uma cadeira ao
lado da porta e um armário ao lado oposto a cama. Ela abriu as malas perto da
cama e guardou suas roupas no armário, depois tirou o notebook e o deixou em
cima da escrivaninha. Pregou o adesivo de “ocupado” na porta do quarto, a
fechou e desceu as escadas.
Passando
pela sala, Jennifer seguiu por um corredor, até chegar a uma cozinha grande,
bem equipada e com um balcão, com dois bancos à frente.
-Ah,
então foi você quem eu escutei chegando. – disse uma voz, dentro da cozinha.
Jennifer
olhou em volta. Foi ai que saiu uma garota por detrás da geladeira, limpando as
mãos em um pedaço de pano. A garota sorriu e veio andando em sua direção,
estendendo a mão.
-Oi,
eu sou Claire Leblanc, sua colega de casa. – disse ela, com um sorriso no rosto
– aproveitei que estava sozinha para começar a limpar;
Jennifer
apertou a mão dela, também sorrindo.
-Prazer,
eu sou Jennifer Rawson.
Os
olhos de Claire brilharam ao ouvir o sobrenome.
-Rawson?
Da companhia de petróleo?
Jennifer
ficou meio sem jeito com a pergunta, mas decidiu responder, tentando parecer
descontraída.
-Quem
me dera, não tenho nada a ver com os Rawsons da companhia.
-Que
pena. Vem, eu preparei um lanche – Claire disse, pegando três pratos pequenos e
uma jarra de suco – vamos comer na mesa da sala, pega os copos?
Jennifer
fez que sim a cabeça e pegou os três copos e seguindo Claire até a sala. Chegando
lá, ela os colocou em cima da mesa e se sentou em uma cadeira, de frente para
Claire.
-Bom,
se eu estiver certa, falta apenas uma garota para chegar.
Assim
que Claire acabou de falar, a porta se abriu, com uma garota entrando. As duas
repararam que ela parecia ser tímida, ainda mais com a franja escondendo o
rosto e os óculos. Ela olhou em direção a mesa, deixando as malas no chão, e
sorrindo meio que desajeitada.
-Oi,
eu sou Sophia. E esse envelope estava na caixa de correio. – disse, estendendo
o envelope.
-Oi,
eu sou Claire e essa é Jennifer. – disse Claire, enquanto Jennifer dava um
pequeno tchau. – venha se sentar com nós, estamos prontas para comer, e a
propósito, é o convite para a Festa de Iniciação.
Sophia
atravessou a sala com um andar nervoso e ajeitando os óculos e se sentou,
enquanto Jennifer sorriu e começou a puxar algum assunto sobre a Festa e outras
coisas, e, em meio ao lanche, as garotas conversaram um pouco para se conhecer
melhor. Para todas as três aquele primeiro contato foi excelente, pois elas
tiveram a certeza que dali pra frente, elas seriam amigas.
-
A
porta se abrindo com um estrondo acabou assustando a garota do outro lado do
quarto, fazendo-a derramar uma lata de tinta em si mesma. O motivo do barulho
foi a chegada da companheira de quarto, Ashley Wynn, com sua mala grande e os
óculos de sol, o qual ela sempre se gabava.
-Oi,
eu não esperava você por agora, meu nome é Vanessa e... – começou a garota.
-E
eu lá to querendo saber seu nome garota? Fica quieta no seu canto que você
ganha mais. – Ashley nem deixou a garota terminar de se apresentar. – E três
conselhos pra você: fique longe das minhas coisas, sem conversa chata, apenas
quando eu começar a falar, e o principal: jamais me incomode, e quem sabe a
gente não se dá bem? – um leve sorriso irônico sorriu em seu rosto.
Vanessa
ficou super sem-graça e se limitou apenas a um aceno afirmativo com a cabeça,
antes de voltar a pintar a porta do armário dela, que ficava do lado esquerdo
do quarto. Ashley rapidamente abriu a mala em cima da cama e tirou todas as
suas roupas, colocando-as no armário, depois guardou a mesma debaixo da cama e
se deitou. Ao olhar em direção a porta, ela viu um envelope amarelo no chão.
Sem tardar, ela se levantou e o pegou, olhando dos dois lados para ver se tinha
remetente, mas apenas estava escrito “Universidade de Brandford”. Ela pegou e o
abriu, revelando um pequeno papel com o brasão da escola em marca d’água. Ela
leu:
“A
Universidade de Brandford tem o prazer de convidar a todos para a Festa de
Iniciação, comemorando o inicio do ano letivo, no sábado, a partir das 7 horas
da noite. Começaremos com um anúncio do reitor Longwild e logo depois haverá
uma festa. Contamos com a presença de todos, em frente ao prédio da secretaria,
no campus.
Atenciosamente,
Reitor
Sebastian Longwild”
Ashley
o leu e o entregou a Vanessa, que o leu rapidamente, e deu um pequeno sorriso.
-O
que tem nessa festa depois do anúncio? – quis saber Ashley.
-Show
com uma banda local, um parque pequeno e algumas barraquinhas, é a Festa de
Iniciação, acontece todo sábado antes do início do ano letivo.
Ashley
sorriu.
-Obrigada,
to vendo que vou amar isso aqui.
Ela
voltou e se deitou na cama, colocando seus fones de ouvido, e suas músicas para
tocar no volume máximo. “Realmente” ela pensou, ”essa vai ser a melhor época e
eu vou aproveitar cada segundo”.
-
-Ta
vendo, eu disse que você virou errado naquela avenida, era para virar à
esquerda, e não à direta. – Nathan disse, com um tom irritado na voz.
-Cara,
a gente viaja seis horas até aqui de ônibus, não dormimos e você simplesmente
me dá um mapa e quer que eu ache a rua? Meio difícil né. – respondeu Matt
Nathan
começou a rir. Realmente Matt tinha razão, a situação que os dois estavam era
basicamente certeira pra que eles se perdessem na cidade e, depois de mais de
duas horas andando, eles conseguiram chegar a sua nova moradia: uma pequena
casa, que aparentava ter sido reformada há pouco tempo.
Matt
tirou a chave do bolso da casa e abriu a porta, fechando-a depois que Nathan
entrou na casa.
-O
que é isso? – Nathan abaixou e pegou um envelope amarelo no chão, abriu-o e
leu, passando logo para Matt.
-Ah
sim, é o convite da Festa de Iniciação, parece que vai ser muito bom. – Matt
comentou, ao acabar de ler. – nós iremos certo?
-Claro
que sim.
A
casa era bem pequena, com uma sala com apenas um sofá, uma TV em cima de uma
mesa de centro, e uma mesa com três cadeiras. No corredor, ao lado da sala,
havia três portas: dois quartos e um banheiro, terminando na pequena cozinha.
-Vai
ser só nós dois aqui ou ainda tem mais alguém? – Nathan quis saber.
-Ainda
tem mais alguém, não sei quem ainda, mas parece que não chegou. Acho bom nós
pegarmos o quarto com o beliche.
-É
melhor mesmo.
Nathan
e Matt foram para o quarto e arrumaram suas coisas nele e ficaram conversando.
Os dois se conheceram no ensino médio, quando moravam em Clinton e são amigos
desde então. Nathan é filho do melhor advogado da cidade e perdeu sua mãe com
apenas quatro anos, enquanto Matt passou a vida toda no orfanato da cidade.
Decidiram se candidatar as mesmas faculdades, e vibraram muito quando souberam
que foram aceitos na Brandford, Nathan com uma bolsa parcial e Matt com uma
total, e ainda mais quando descobriram que iriam dividir a mesma casa. É com
certeza um dos raros casos de amizade que não se perdem na faculdade, e os dois
estavam felizes por isso.
-
Tarde
da noite, no escritório da reitoria da universidade, o Sr. Longwild estava
terminando de acertar os detalhes para a Festa, dali a dois dias. Curiosamente,
ele acessou os arquivos de moradores das repúblicas e alojamentos da faculdade,
parando para ler as fichas de inscrição dos calouros.
“É,
parece que esse ano temos bastantes alunos diferentes, vamos ver no que vai
dá”.
-
No próximo episódio de "Behind The Books":
"Chad acabou dando um encontrão com uma garota que estava na calçada. Com uma rapidez, ele a segurou firme, impedindo dos dois caírem no chão."
"-Ok, vamos chamar elas para dançar. Eu chamo a morena e você a ruiva, ok? – perguntou Nathan."
"-Sabia disso, você ia chegar e atacar a geladeira, como sempre. Eu não acredito que você ta aqui David...
E ela parou na porta da cozinha, assustada. Não era o namorado que estava lá."
-
No próximo episódio de "Behind The Books":
"Chad acabou dando um encontrão com uma garota que estava na calçada. Com uma rapidez, ele a segurou firme, impedindo dos dois caírem no chão."
"-Ok, vamos chamar elas para dançar. Eu chamo a morena e você a ruiva, ok? – perguntou Nathan."
"-Sabia disso, você ia chegar e atacar a geladeira, como sempre. Eu não acredito que você ta aqui David...
E ela parou na porta da cozinha, assustada. Não era o namorado que estava lá."
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